“A Media Capital não vai ser o fornecedor exclusivo de vídeos do MSN, temos mais conteúdos, temos acordos internacionais e alguns acordos locais, mas vai ser o parceiro privilegiado do MSN para a área de vídeo, com o fornecimento de 80 a 90% dos conteúdos vídeo”, esclareceu à Lusa Miguel Albuquerque e Castro, director do MSN Portugal.
A parceria assinada na nova sede da Microsoft Portugal, no Parque das Nações, traduzir-se-á na disponibilização por parte da TVI de “mais de 1500 vídeos” por mês, de conteúdos como notícias, economia, desporto, música, cinema, e outros, de acordo com Rudolf Gruner, director da Media Capital Multimédia (MCM).
“Temos algumas expectativas para ver qual será a capacidade de geração de audiências que estes vídeos vão ter no portal MSN, mas a ambição é muito grande e a perspectiva é que [os nossos vídeos] sejam o conteúdo dominante, havendo naturalmente outros conteúdos no portal”, acrescentou Gruner.
O MSN Portugal tem três milhões de utilizadores únicos, “que se têm mantido relativamente estáveis ao longo dos últimos três anos”. Em Março, o site registou 133 milhões depageviews, “depois de três meses consecutivos de recordes”, de acordo com dados fornecidos pelo director do MSN Portugal.
O interesse das partes na parceria é complementar, a MSN procura consolidar a liderança numa audiência sobretudo jovem, entre os 15 e os 24 anos, e feminina, através de uma aposta clara nas áreas de cinema, músic, celebridades e lifestyle. Já a Media Capital, “como produtora de conteúdos em língua portuguesa, procura fazê-los chegar às maiores audiências possíveis”, ainda segundo Gruner.
Os vídeos com a marca TVI passam em todos os sites do grupo Media Capital e isso foi também considerado pelos responsáveis de um e outro lado. “Embora o conteúdo Media Capital esteja disponível nos portais da TVI, TVI24 e no IOL [mas também Lux, Mais Futebol, Agência Financeira, entre outros], a estratégia editorial do MSN é diferente. Estamos apostados em entretenimento e lifestyle, logo, o tipo de tratamento e destaque que iremos dar aos conteúdos será diferente, o que nos permitirá alavancar em parceria as audiências que temos”, acredita Miguel Albuquerque e Castro.
À Media Capital, porém, coloca-se outro problema: o da canibalização. “É uma questão muito pertinente, que avaliámos”, afirmou à Lusa o director da MCM. “Existirá algum efeito de canibalização, a pessoa não irá ver o mesmo vídeo em dois sites diferentes. Ainda assim, há uma complementaridade de targets de audiência interessante. O MSN é muito dirigido aos jovens e ao segmento feminino, que é algo bastante particular, e nós achamos que o efeito de complementaridade vai ser muito superior à pequena canibalização que possa existir. Mas vai existir, claro”, admitiu.
A administradora-delegada da Media Capital releva também a complementaridade dos parceiros. “Acho que [o MSN] não vai canibalizar [as audiências dos sites do grupo Media Capital]. Neste momento, no mundo digital, temos que fazer boas parcerias internacionais e fazer bem os próprios ‘sites’. Acho que não se pode ter medo da canibalização e não avançar, porque perdemos clientes e oportunidades de negócio”, afirmou à Lusa Rosa Cullell.
Os parceiros não divulgaram o modelo de negócio nem quaisquer números envolvidos, para além de se ter ficado a saber que à Media Capital cabe a responsabilidade de comercialização e venda de publicidade associada aos vídeos, sobretudo, no formato “pre rol”.
Fonte: publico
